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Wednesday, March 30, 2011

Home Sweet Home


Finalmente...como esperamos pra levá-la pra casa... uma das minhas maiores dores no meio desse turbilhão todo, foi o dia em que eu tive alta mas a Alice não. Só quem viveu isso sabe. Chegar em casa sem o bebê é uma experiência de dor profunda e inexplicável em palavras, é um horror mesmo. Mas naquele momento, com minha Pituquinha em casa, consegui esquecer um pouco todo o sofrimento pelo qual tínhamos passado. Começando do zero, eu e Marquinhos ficamos mais perdidos do que cego em tiroteio! Alimentar de 3 em 3 horas, trocar fraldas, entender o choro, dar remédios, ufa...é uma loucura! E a noite? Quem dormiu? Foi difícil porque além da vigília, fiquei admirando a beleza da minha filhotinha...Que bebê mais lindo! Não é por nada não, mas a Alice dormindo parece um anjinho (de Botticelli, como bem disse minha amiga Fabi).

A caminho de casa



Após a cirurgia da gastro ficamos mais dez dias na UTI da São José, nesses 10 dias o bóton foi colocado e Alice tinha que mostrar que ia se dar bem com aquele negocinho e se deu! Dia 21 de março minha florzinha teve alta! Gente, posso dizer sem sombra de dúvidas que foi o dia mais feliz da minha vida! Alice em casa! Quando saimos do hospital fomos direto pra praia, queríamos ver o mar e mostrar pra Alice como o mundo era bem maior do que aquela salinha em que ela esteve vivendo. Tava chovendo, cheguei a pensar "que imprudência", mas não, não era imprudência, era FELICIDADE!

Tuesday, March 29, 2011

Tudo começou assim

Bem, a Alice veio meio que por acidente. Eu e meu marido não estávamos fazendo planos de ter um bebê naquele momento, mas ela veio e tá aí, mostrando um mundo novo e totalmente diferente do mundo em que vivíamos.
Minha gravidez foi relativamente tranquila, digo isso porque sempre tive uma intuição, premonição, não sei bem que nome dar ao que se passou comigo durante toda a gestação. Sempre senti que algo difícil estava por vir. Sempre achei incrível ter esse tipo de pensamento, pois todos os meus exames sempre foram normalíssimos. Enfim, há coisas que simplesmente acontecem...
No dia 26 de janeiro deste ano, há três meses mais ou menos, fui fazer um exame de rotina e constataram que minha pressão tava lá nas alturas e que já que estava com 39 semanas seria prudente fazer o parto naquele dia mesmo. Eu me apavorei! Eu tava com minha mãe e nós ligamos pro Marquinhos avisando que ele seria papai naquele dia. Foi uma correria porque não havia vaga no hospital onde eu fui fazer o exame, então tivemos que correr para um outro, mal sabia que estava indo para minha futura casa...(Alice ficou internada lá por quase 2 meses)
Foi um corre corre, mas às 22:26 Alice nasceu pesando 3.100 e medindo 49 cm tudo perfeito! Quando vi a imagem dela pela primeira vez, pensei, "ela é perfeita, tá tudo certo e eu fiquei viajando esse tempo todo". A pediatra pegou a Alice e começou a examiná-la (tudo de rotina) quando de repente ela notou algo estranho com a linguinha dela. Alice não conseguia sustentar a língua porque tinha uma fenda no palato...Eu gelei! Fenda palatina? O que é isso? A pediatra só dizia que era um problema fácil de corrigir e que era uma cirurgia simples. Mas como assim? Cirurgia? Fui ficando tonta...Finalmente colocaram a Alice nos meus braços, mas eu não consegui ficar feliz. Alice naquele momento olhou bem dentro dos meus olhos e eu chorei, mas não foi de emoção, foi de medo...Me lembro que o Marquinhos tinha um choro diferente do meu, olhei pra ele e vi toda a felicidade que não conseguia sentir.
Levaram a Alice e eu fiquei lá estirada na sala de parto. Depois a pediatra voltou dizendo que além da fenda a Alice também tinha uma espécie de sopro no coração. Meu mundo terminou de desabar, ainda estava meio grogue, sob o efeito da anestesia, meu coração parecia que ia rasgar meu peito. Fiquei lá sozinha, sem entender direito as coisas só pensando " O que será da minha pequeninha? Mal nasceu e já vai ter que sofrer pra viver...". E foi assim até o dia seguinte, porque diferentemente da maioria das mulheres que acabam de parir, eu não preguei o olho, passei a noite em claro, morrendo de tanto pensar e pensar, olhando os ponteiros do relógio, querendo que as horas passassem rápido pra eu poder ir encontrar minha filha na UTI neonatal.
Bem, no dia seguinte mal podia esperar pra ver a minha princezinha. Mas quando a vi tive mais um baque. Lá estava ela dentro da incubadora e com uma sondinha na boca. Os médicos disseram que ela teria que usar a sonda até que conseguisse mamar pela boca. Como se fosse uma coisa simples...Na verdade foi e é a coisa mais difícil do mundo fazer a Alice mamar...Bem, resumindo, a Alice não progrediu muito nas mamadas e acabou ficando internada por 53 dias e por fim tendo que fazer uma gastrostomia, pra quem não sabe é uma cirurgia que possibilita que o bebê coma diretamente pelo estômago. É...não foi uma decisão fácil, mas já estávamos indo pro nosso segundo mês de hospital e sentíamos que precsávamos ir pra casa. Queria mostrar a Alice o quartinho lindo que tínhamos preparado pra ela com todo amor! Queria mostrar pra ela o céu, o sol, as estrelas, a pracinha, e todas as pessoas que a amavam, pois lá na UTI só os pais podiam entrar. Enfim, a Alice tinha que sair e começar a viver e pra que isso acontecesse teríamos que tomar a decisão mais difícil de nossas vidas.